domingo, 25 de julho de 2010

Caminhada de 16 km pelo PNSAC

Para compensar de um sábado "a banhos", este domingo tínhamos um dia cheio de actividades. Algumas mais exigentes, outras de puro lazer. Mas havia uma que nos fez levantar cedinho da cama: a nossa primeira caminhada a sério.

Apesar de já termos feito algumas caminhadas, nunca excedemos os 5-7 quilómetros. E uma delas até foi numa noite de lua-cheia.

Neste domingo era diferente, o objectivo era fazer um percurso de 16 quilómetros pelo Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros (PNSAC). Ou seja, a distância era grande e o terreno um desafio. As fortes subidas e descidas estavam sempre bem acompanhadas pelas inevitáveis pedras de todos os tamanhos e feitios.



Começámos em Alvados pouco depois das 8 horas da manhã. Pouco tempo depois aprendemos que deveríamos começar mais cedo. O calor já apertava.

Seguimos em direcção ao topo da serra, por uma subida aos "ésses" que já tivemos a oportunidade de descer em BTT. Hoje o dia estava muito mais bonito, a contrastar com o nevoeiro e chuva desse inesquecível dia 7 de Março.



O percurso escolhido está representado na imagem seguinte:



Assim que chegámos ao cimo da subida dos "ésses" seguimos, próximos da crista da formação rochosa, em direcção à Fórnea. Aqui a maior atracção são os cercados de gado. São cercas, tipicamente de madeira noutros locais, mas que aqui aproveitam a muita pedra existente.





Outra grande utilidade destas construções é servirem de tripé para tirar fotos.



Enquanto o "pequeno touro" tomava uma refeição aproveitámos para ir descobrir uma cache.



Com o GPS recheado de coordenadas para estas caixinhas, é impossível passar ao lado sem as tentar descobrir, ler alguns comentários do log book e deixar a nossa "pegada". Se encontrarem uma pegada de um gato, somos nós que já passámos por lá. O gato chama-se Putchi Action Cat, mas isso é outra história...

O nome da cache é "Tomilho e Alecrim ao molhos". É verdade, o tomilho e o alecrim está naquela área como a erva nas pastagens alentejanas. A cache foi fácil de descobrir. Após esse trabalho árduo também nós fizemos um pequeno abastecimento. Tal como no BTT, levámos barras e marmeladas.

O "pior" estava para vir. Caminhos fechados pelas silvas e descida para a Fórnea pela cascalheira. Se conseguíamos contornar as silvas pulando os cercados, a descida teve de ser mesmo feita pela cascalheira. Contornando os tojos e as pedras maiores. tínhamos de estar com atenção para não confundir o alecrim com o tojo. São parecidos excepto num pormenorzinho: o tojo pica!

O tomilho, esse é inconfundível e dá sempre para tirar boas fotos.



Mas, voltando à descida para a Fórnea. Acho que uma imagem vale mais que mil palavras. Se forem várias ainda melhor.







Parece que já tínhamos muita experiência neste tipo de aventuras porque descemos aquilo sem grandes dificuldades.

Na Cova da Velha, pensávamos abastecer de água. O litro e meio que levámos estava quase a acabar e ainda faltavam cerca de seis quilómetros para o fim da nossa caminhada. Ficámos um pouco preocupados, porque a cova estava seca. Tal como o ribeiro da Fórnea e a cascata maravilha.



Tínhamos de seguir até ao fim com a pouca água que nos restava. Por isso nem fomos procurar outra cache que deveria estar ali muito próxima de nós, confiando no que o GPS indicava.

Felizmente, à saída da Fórnea encontrámos água!



O regresso até Alvados foi fácil e por bons caminhos. O Sol estava forte, nesses 6 quilómetros bebemos toda a água (fresquinha) abastecida na Fórnea.

O objectivo estava conseguido, 16 quilómetros de caminhada sem bolhas nos pés nem "empeno".

Nestas coisas da caminhada a logística está simplificada. Não há bikes a atrapalhar para colocar em cima do carro, roupa para mudar e outras complicações. Foi só enfiar as mochilas na mala do carro e tirar algum pó do corpo com a ajuda de umas toalhitas. Senhores do IKEA, se quiserem enviar alguma compensação financeira por este link, estão à vontade... Os contactos estão na secção "Sobre nós", no menu lateral.

O almoço foi na inevitável Pizzaria Vieira, já nossa conhecida após uma sugestão da Lídia (ou L. como se usa nos blogs para proteger a identidade das pessoas) num passeio anterior. Desta vez experimentámos a primeira da lista, pizza Vieira, deliciosa!

Depois do almoço, e para dar tempo de fazer a digestão antes de ir a banhos, andámos no meio de Estalactites, Estalagmites e Colunas. A temperatura, na gruta, contrastava com um dia típico de verão. Saímos de lá com tudo firme e hirto...



A última actividade do dia era uma banhoca em Olhos de Água, próximo da nascente do rio Alviela. Mas minha Nossa Senhora! De onde é que veio tanta gente e de culturas tão diversificadas... Não houve banhoca para ninguém, mas nem tudo estava perdido. Deu para ganhar perícia a conduzir, por cerca de um quilómetro, de marcha-a-trás pelo meio de duas filas de carros a escassos centímetros dos espelhos retrovisores. Olhos de Água é giro, sim, mas não num domingo de verão!

A pouco e pouco ganharemos pernas para a ir a Santiago de Compostela a pé...

2 comentários:

lidia disse...

Viva...
ao ler fui relembrando aquele maravilhoso dia de btt...
Bem me pareceu que a Tânia tinha ficado com a ida á gruta atravessada.Mas nesse dia a fome falou + alto.
Ahh e gostei de saber que já andam nos treinos.... Valentes.

ps: tb já fiz essa cache do tomilho :)

Tânia disse...

Lídia,

Acho que ainda lá terei de voltar pois não foi desta que vi a Cova da Velha com água :(
E ainda existe lá 1 cache!!

Bj.
Tânia