sábado, 8 de maio de 2010

Maratona Internacional Idanha-a-Nova/Zarza la Mayor

Este sábado fomos a uma das mais conhecidas maratonas de Portugal, a maratona internacional Idanha-a-Nova/Zarza la Mayor. Sinceramente, preferíamos não ter ido. Mas isso nada tem a ver com esta maratona, já tínhamos outras coisas combinadas mas que as previsões de tempo chuvoso estragou. Agora espero que chova torrencialmente a semana toda. Se não chover, senhores da meteorologia considerem-se convidados para um duelo... Com o programa giro adiado, mas não cancelado, decidimos pela alternativa maratona de Idanha-a-nova.

Partimos de Lisboa cedinho, os injectores do carrito andavam a precisar de uma limpeza do trânsito de cidade. O pequeno almoço foi tomado em andamento porque não queríamos ser "roubados" nas estações de serviço. Chegados a Idanha-a-Nova, havia alguma demora para levantamento dos frontais (tinha escrito bicha, mas depois reformulei para evitar confusões). Então a equipa desdobrou-se: a menina ficava na bich... ai... fila e eu fui preparar as bikes. Ainda vimos a Teresa e o Jorge e a Sandra. Não deu tempo para grandes conversas, às 9 horas já estávamos na partida. Tudo cronometrado, senhores da Formula 1, se precisarem ajuda para os pit stop nós aceitamos um part-time, desde que não seja aos domingos de manhã. Nesses dias preferimos ir passear para o campo de bicicleta todo o terreno.

Partida dada lá fomos nós descer a calçada romana que não conhecíamos. Que desilusão. Que necessidade haverá em fazer passar mais de mil pessoas, na partida, por esta calçada romana? Ao ritmo de pára-arranca, com os habituais chicos-espertos que pensavam que o mundo ia acabar e forçavam a passagem provocando algumas quedas, desmontei da bike e fui assim até ao fim.

Em Sr.ª da Graça, paragem sobre a ponte! Não percebi mesmo esta partida... Mas deve ser de nós que não estamos habituados a maratonas... Bora lá.

Percorremos alguns quilómetros por alcatrão e... Começa a chover! Ai que isto não estava a correr nada bem. A dúvida 50/100 começou a fazer parte das nossas cabeças. Entrámos nos trilhos, algumas poças com lama, outras só com água e os engarrafamentos habituais. O que não é habitual é ver pessoal quase a andar à porrada porque uns querem passar à frente empurrando as outras pessoas que pagaram o mesmo valor de inscrição. A Tânia fez de apaziguadora. Além disso, a discussão do primeiro lugar já ía a uns largos quilómetros mais à frente. Bora lá.



Os trilhos eram muito rolantes, seguíamos a bom andamento até que encontrámos os nossos amigos Amílcar e João. Tinham tido um furo. Cumprimentos da praxe e "até já, que vocês já nos apanham". Como o ritmo era elevado parámos no abastecimento da Zebreira para comer qualquer coisa. Mas só havia laranjas e água, o resto já tinha acabado... Felizmente íamos preparados com o Camelbak! Bora lá.

Avançámos em direcção a Segura. Que grande acolhimento, até havia música popular ao vivo. O abastecimento estava muito bom com pessoas a oferecer bananas, água e croissants. Bora lá.

Seguimos para uma das prometidas partes mais técnicas da maratona, um longo single-track ao longo da margem direita do rio Erges. À chegada às margens do rio que separa o território Português do Espanhol encontrámos a trupe dos Maníacos do Pedal (Kitos, Carlos, Meska e Dino), iam ao ritmo de gastar o flash das máquinas fotográficas e, como é isso que gostamos, seguimos todos juntos até ao final. Sem se combinar nada foi uma Maníacada. O trilho era de facto técnico mas só num ou outro local. Bora lá.



Agora ao rever as fotos lembrei-me devia ter trazido umas espigas de trigo para quem ficou cá em casa. Mas, pensando melhor, não mereceu. Não aspirou o chão, não lavou e secou a roupa e a louça, não limpou o pó dos móveis e não tinha feito uma sopa quente quando chegámos. Passou o dia a dormir... Se há boas vidas, uma é a de gato...

Deixámos as margens do rio Erges em direcção a Salvaterra do Extremo para depois sentir a adrenalina da descida pela calçada romana. Infelizmente tinha chovido e as pedras estavam escorregadias. Com mais ou menos pé no chão pouco tempo depois já estávamos novamente perto das águas do rio. O dia estava fresco senão a banhoca era garantida. Bora lá.



Passámos o pontão de Salvaterra do Extremo - Zarza e depois de uma pequena subida de alcatrão chegámos a uma calçada que nos levou até ao abastecimento de Zarza. Estava feita a primeira parte da maratona. Excelente abastecimento onde se incluía apoio mecânico. As CANYON são como os motores TDI: muito fiáveis mas gastam um pouco de óleo, problema resolvido pela assistência mecânica gratuita.

Encontrámos o Noddy (não é o Noddy do Noddy, é o Noddy) e a Beta que também tinham acabado de chegar. Estivemos por ali algum tempo a ganhar coragem para enfrentar os trilhos de regresso a Idanha. Disseram-me que eram rolantes até ao último abastecimento. Bora lá.



Vestimos o impermeável e bora lá que Portugal é para a esquerda. As subidas eram mesmo fraquinhas e aumentámos o ritmo. Depois de algum sobe e desce e mais um abastecimento (Toulões) chegámos a Alcafozes. Aqui estava a nossa amiga SUN à espera para nos tirar uma foto de grupo. Descansámos um bom bocado porque pela frente íamos ter várias subidas. A chuva ficou mais intensa e a lama estaria também à nossa espera sempre pronta para sugar as nossas rodas ou desviar-nos do caminho.

A chegada à barragem Marechal Carmona lembrou-nos que estávamos perto de Idanha. Esse sentimento era um misto de felicidade e sofrimento-à-vista. A calçada romana esperava-nos acompanhada de alguma chuva. Antes disso ainda apanhámos uma boa subida desde a fundação do paredão da barragem e uma descida complicada. A descida fez-se bem, com calma. Só havia uma trajectória possível, era preciso controlar bem a bike. Dava para ver uma ambulância no final o que nos fazia, inconscientemente, ir com mais calma.

E para finalizar, a calçada romana. Inicialmente a pedalar, depois a andar e depois a pedalar. Montei-me na bike e disse "Vou ficar à vossa frente na classificação". Foram as palavras mágicas para a Tânia e o Carlos começarem a pedalar... O Carlos nunca mais o vi... A Tânia chegou um bocadito (grande) cansada.



Para finalizar, a Tânia teve banho de água fria. Que maldade, isso não se faz. Então a menina tem a coragem de ir fazer 100km numa maratona com elevado grau de dificuldade, andou muitos quilómetros debaixo de chuva, esforça-se a subir algumas partes da calçada romana e depois não tem direito a água quente?!!

Resumindo, gostámos muito dos trilhos, a chuva estragou um pouco a festa, a sinalização estava perfeita, o track GPS fornecido só falhou na última parte junto da barragem. Negativo apenas o primeiro abastecimento e o banho de água fria para a Tânia.

O jantar foi muito animado com a presença do Monteiro (que chegou às 16:20 e esperou até às... Não me lembro) e da família BOY_SCOUT. Ainda tivemos a visita da Beta e do Manel.

No regresso a casa, novo encontro de amigos na área de serviço de Santarém.

Os números dizem que fizemos 103 quilómetros com 2000 metros de acumulado.

Bora lá?

6 comentários:

disse...

Muitos Parabéns! Mais um desafio superado. Vendo pelos comentários, até parece que não existiam subidas! Eh! Eh!

Monteiro disse...

Irra isso é que foi escrever!! :D
Foi uma grande volta! e acima de tudo espectacular! No final o que interessava era todos conseguirmos acabar, apesar da diferença horária de chegada.

Parabens aos gatos por mais uma prova superada! Será que existem provas que eles não superem... uhm.... Se calhar até à... mas não são a mesma coisa :D

Team Santos disse...

Bolas vocês não param e metem-se em cada uma é só pedal, desafio superado tem sempre um sabor especial.

Um abraço

Jorge e Sandra

*sun* disse...

Uma visitinha bem rápida antes de ir para casa descansar. Não pedalei ...mas apanhei um grande empeno!! LOL
Beta

Kitos disse...

Foi MUUUUUUUUUUIIIITA fixe!!! Excelente companhia... não estava à espera de vos ver... foi uma agradavel surpresa... quando é que a proxima!!!

Carlos disse...

Bela Maratona, companhia do melhor, pó ano há mais nestes... trilhos de sonho. :-)