quinta-feira, 11 de junho de 2009

Às cerejas pela serra do Açor

Cá por casa adoramos cerejas. Não da mesma forma como se adora um Deus ou uma ideologia. É um adorar diferente, do tipo pegar numa taça e começar rapidamente à procura da última cereja.

Fomos ao GPSies à procura de tracks "com" cerejas. Mas a resposta do servidor foi "Não foram encontrados Percursos". Que chatice! Ninguém gosta de cerejas? Ou não querem partilhar o track que nos leve às melhores? Então fomos à procura delas pelo cheiro. Andámos, andámos, andámos e nada. Decidimos sair da auto-estrada e procurar por estradas rurais. Andámos, andámos, andámos e... Finalmente encontrámos. Grandes e vermelhinhas que nem o medo de sermos corridos a tiro nos impediu de consumar o "assalto". Estávamos em plena serra do Açor.



Comemos tanta cereja que até adormecemos (ou não) debaixo da cerejeira e só acordámos no dia seguinte com vontade de pedalar pela zona para... Procurar mais cerejeiras que aquela já tinha poucas.

Não havendo track fomos novamente pelo cheiro e pelo zumbido das abelhas. Acho que as abelhitas partilham do mesmo gosto que nós pelas cerejas. Apesar do zumbido ser intimidador não havia perigo de sermos mordidos. As cerejas chegavam para todos.



As cerejeiras eram muitas e por muitas cerejas que tenhamos comido, tenho a certeza que o dono não vai dar por falta. Talvez note o rasto deixado pelos pneus das bikes. Coisa estranha por estes lados. Como as cerejas eram muito doces, ficámos com muita sede. Fomos fazer uma visita ao rio Ceira. As suas águas límpidas fizeram-nos esquecer a existência de Coliformes. Ainda há paraísos no planeta Terra. É pena ser a 250 km de Lisboa. Vejam mais fotos no final do relato.





Na ponte do Cartamil encontrámos uma construção de noras, azenhas e alavancas que só visto. Já coloquei no YouTube.



A partir daqui foi sempre a subir até aos 1000 metros de altitude. Pelo meio visitámos a aldeia de Fajão e os seus penedos. Locais em que, segundo a lenda, se reuniam as bruxas com o mafarrico, nas suas danças e andanças da meia noite feiticeira. As coisas que eu sei...



Lá em cima, apesar do ar ser rarefeito as vistas são fantásticas. Deu para ver a Serra da Estrela. Depois foi sempre a descer até que... O trilho acabou. A alternativa era subir tudo de novo ou avançar pelo meio do mato. Escolhemos a segunda opção.



Depois disto optámos por terminar a aventura de BTT e ir ver rãs para o rio. Não foi fácil, porque eram bem pequeninas. As grandes só dava para as ouvir. Não deixavam chegar perto.



E foi assim a nossa aventura pela serra do Açor. Pouco mais de trinta quilómetros com mil e tal metros de acumulado e uma média bem fraquinha quantificada com apenas um dígito.

Foi um dia fantástico. Saciámos o nosso desejo de cerejas. No final já nem parávamos junto das cerejeiras. Andámos por trilhos bem bonitos, alguns single-tracks perigosos demais para o meu gosto e algum alcatrão mas sem carros.

4 comentários:

Blackbelly disse...

Mais um relato e fotos de fazer crescer água na boca :)

Miguel disse...

Então e as cerejas?!! Não fazem crescer água na boca tb?

http://img31.imageshack.us/img31/1272/img0046slv.jpg

Esqueci-me de dizer que também encontrámos ginjas. Mais pequenas e com um sabor mais forte. Deliciosas!

;-)

Carlos disse...

Vcs tão cá uns aventureiros, vá lá vai, muito fixe.
Fotos muito bonitas, vamos lá ver se tenho um GPS um dia destes... pra me aventurar por essas serras tb.
Cerejas tanho-as no frigorífico que vieram lá terrinha dos meus pais......deliciosas :-)

Blackbelly disse...

não gosto de cerejas :D