sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Arruda-Atlântico-Arruda. O relato!

Então cá vai o aguardado relato.



Desde que vimos a referência a este evento que ficámos de olho... Tentámos arranjar companhia mas não conseguimos. Seria a nossa primeira aventura em autonomia. Porque não? Vamos lá. Estava decidido.

Domingo, 21 de Setembro, rumámos à Arruda. Localidade já conhecida de outros trilhos, nada fáceis mas espectaculares.

Fomos dos primeiros a chegar. Entretanto foi chegando mais pessoal. Seriam cerca de 40 pessoas. Entre os participantes estavam 3 meninas.

Começámos a "tirar a pinta" ao pessoal e confirmava-se a nossa suspeita. O nosso carro estaria muito sozinho quando regressássemos do Atlântico...

Pouco depois da hora combinada, arrancámos para os prometidos 95 km com 1300m de acumulado. Calmamente, todos juntos, a aquecer os músculos pelas ruas da Arruda. E eis que surge o momento infeliz do dia. Um automobilista a buzinar constantemente e depois conseguiu dar um encosto a um colega provocando uma queda. Nada de grave mas fica a atitude desta gentinha.

A partir daí foi sempre a subir. De início começámos a ficar só os dois. Já se sabe que a Tânia sobe devagar. Mas sobe.

Até que apanhámos algumas desciditas e umas zonas rolantes. Aí fomos encontrando mais pessoal.

Os primeiros 30 km (aproximadamente) foram muito duros. Muitas subidas e algumas descidas técnicas que não dava para descansar. Fiz algumas à mão, claro. Ainda por cima depois de ter visto um colega cair à minha frente. Não valia a pena arriscar. Era uma descida com um trilho de 30cm rodeado de 2 valas. O mínimo descuido e...

Já disse mas volto a dizer, os primeiros 30km eram muito duros. Quase que não dava para descansar. Nem fotos tirei.

À medida que nos aproximávamos do Atlântico as subidas já não eram tão prolongadas e havia mais zonas rolantes.

Na foto seguinte estávamos no última subida antes de chegar ao Atlântico.



No cimo da subida estava uma placa a dizer "até que enfim". Dá para imaginar a subida, não dá?

Daí para a frente já se sentia a brisa do Atlântico. Estava um tempo muito agradável. Sem vento e muito ameno.

E avistámos água. Ainda não era do mar. Era do rio Alcabrichel. Mas a satisfação não foi muito grande porque entrámos num trilho de calhaus. Durante cerca de 400 metros tivemos de aumentar o ritmo para nos mantermos equilibrados em cima da bike. FS power!

A seguir, uns dos momentos fotogénicos do dia.



Daqui até à Praia de Porto Novo e Santa Rita foi um instante. Apanhámos a ciclovia a subir! Estava difícil chegar ao restaurante... Depois virámos para um trilho fantástico pela falésia até ao local onde tomámos uma pequena refeição.





Aqui está o grupo que chegou quase ao mesmo tempo ao Atlântico.



Estivemos ali parados mais de uma hora a recuperar energias.

E foi aí que a Tânia se lembrou: "Miguel, não parámos em lado nenhum!!". Pois foi, eheh, sempre a andar. Estávamos ansiosos por ver o mar... Como o trilho era, apesar de exigente, muito diversificado nem nos lembrámos de fazer uma pausa. Por vezes íamos em grupo, outras vezes só os dois, e nem demos pelo passar do tempo.

Após do almoço, regressámos todos junto em direcção à Arruda. Éramos cerca de 15 pessoas a pedalar. Como vínhamos em grupo foi muito agradável e até parecia que não tínhamos feito tantos quilómetros até aí.



Ah, também estávamos muito contentes por termos chegado ao Atlântico com 1000 metros de acumulado. Significava que o regresso seria canja.

Mas eis que começa a chover. Paragem para vestir o impermeável.



Mas a chuva foi pouca e pouco depois foi preciso voltar a tirar roupa porque as subidas estavam de regresso.

Depois veio o pior. Tinha chovido bastante por aqueles lados, provocando o aparecimento de lama. Ora, os NOBBY NIC 2.25 e a lama amam-se. Assim que se encontram não há quem os separe. Foi muito complicado transpor algumas zonas. Tive que parar imensas vezes para tirar a lama dos pneus. Até tive de lavar a corrente com água Luso e lubrificar. A Tânia lá se conseguia desviar da zonas piores.

Ainda deu para provar 3 castas diferentes da região do Oeste. Preferi a branca...

Olhando para a altimetria no GPS pensei: "O raio do aparelho está maluco! Dei tanto dinheiro por isto e não vale um caneco!". É que já tínhamos ultrapassado os prometidos 1300 metros de acumulado e continuávamos a subir. Ah, e a Arruda ainda estava longe. Mas, afinal, todos os GPS excederam - em muito - os 1300 metros de acumulado.

O grupo reagrupou-se no santuário de Nossa Senhora dos Milagres. Onde fizemos uma pequena pausa. Que belo alperce que me ofereceram! Onde será que se compram? Vou cuscar...



A partir dali foi sempre a descer (mais ou menos) até à Arruda. Ainda houve tempo para eu quase cair para dentro de uma enorme poça de água. Mas foi só o pé.

Chegámos à Arruda, cerca das 17:30, com 100km feitos e 1550 metros de acumulado. Cumprimos todo o track e chegámos cansaaaaaaaaaaados mas satisfeitos. Muito satisfeitos.

Foi a melhor volta que fizemos até hoje. Foi memorável. Um grande desafio à partida, confirmado pela exigência dos primeiros 30km e agravado pela lama no regresso. Mas foi liiiiiiiiiiiiindo.

Nós fomos dos últimos a passar pelos trilhos e não vimos lixo no chão. Foi o primeiro evento a que fomos em que vimos os trilhos limpos. Muito bem.

Queremos agradecer aos organizadores pelo excelente dia de BTT que nos proporcionaram e, em especial, ao César pela companhia no regresso à Arruda. Na ida para Santa Cruz, fomos-nos cruzando com ele várias vezes o que nos transmitia uma grande confiança. Afinal, havia alguém por perto que conhecia bem a zona.

Ah, afinal o nosso carro ainda estava acompanhado quando chegámos à Arruda.

Arruda-Atlântico

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