domingo, 25 de janeiro de 2009

Na lama da Maratona do Mondego

Domingo tivemos a pior experiência desde que fazemos BTT. Nem nunca imaginámos que fosse possível existirem trilhos assim. E num evento organizado!

A manhã acordou chuvosa. Apanhámos muita chuva e vento a caminho de Coimbra. Ainda ponderámos ir só levantar os dorsais e almoçar, mas optámos por arriscar. Chegámos cedo, a tempo de ver o pessoal chegar e sentir o ambiente. Mas estava tudo muito calmo. Como a chuva. Se tivesse chovido nessa altura, tínhamos ficado dentro do carro e não alinhávamos na partida. Mas a chuva não colaborou.

Encontrámos a Beta e o Manel que tinham tomado a decisão acertada. Não é preciso dizer qual foi, pois não?! Fomos preparando as bikes e esperando pelos dorsais que a Sandra tinha levantado de véspera. Obrigado Sandra.

A Sandra, atrasou-se um pouco. Sim, sabemos que a culpa não foi tua. Estás desculpada. Fui ter com ela, ao final da descida, para trazer os dorsais. Quando já vinha a subir passa por mim uma menina (quando se casam deixam de ser "menina" para ser "senhora". Será isso? Tenho de ir cuscar no livro na Bobone) a grande velocidade. Era a Soraia. Está cá com uma... não é pedalada... como é que se diz? Bem, não me ocorre a palavra agora. O que é certo é que a Soraia passou por mim e eu ia de bike. Era uma subida com mais de 10% de inclinação.

Quando estávamos a colocar os dorsais ouvimos a partida. Esperámos mais um pouco pela Sandra, mas como ela nunca mais aparecia seguimos para os trilhos. Apanhou-nos pouco depois e seguimos juntos até ao final. Grande companhia. Temos de repetir em trilhos mais agradáveis.

Na ligação entre a falsa partida e a partida oficial ainda vi a Teresa com a sua Epic. E mais tarde nos frequentes atascansos. Coitadinha da Epic, tão novinha e já metida na lama.



Estávamos avisados que só os primeiros 18 km teriam lama. Íamos olhando para o conta quilómetros a desejar que o km 18 chegasse. E, finalmente chegou. Chegou o 18, o 19, o 30 e o 35. E a lama sempre presente. Foi horrível, desesperante. Por vezes havia uma aberta e logo depois a lama estava de volta nas mais variadas formas e cores.

A organização tem culpa da lama? Não. Mas podiam ter escolhido trilhos mais cicláveis.

É certo que andei sempre a olhar onde poderia colocar o pneu da frente (passei a volta a olhar, literalmente, para o chão) mas os trilhos não tinham nada de especial. Era pelo meio de matas de eucaliptos. Aqui, a 15 minutos de Lisboa, temos trilhos bem melhores.

Nesta volta tínhamos um novo setup nas bikes. Colocámos um pneu Nobby Nic 2.1 atrás e mantivemos o 2.25 à frente. Apesar de tudo, esta configuração dos pneus não nos deu problemas. Antes pelo contrário, foram uma grande ajuda. A lama não se agarra ao Nobby Nic 2.1 e permitem seguir uma rota mesmo quando a lama é mais que muita. As bikes também estão de parabéns. As Canyon XC e a transmissão Shimano XT / SRAM X9 estiveram irrepreensíveis até ao final. Sempre prontas para as solicitações. Aprovadíssimas. As pastilhas dos travões é que foram à vida.



O abastecimento, muito bom, foi demasiado tarde. O desgaste era muito e muita gente parava antes para tomar o farnel.

No abastecimento encontrámos a Lídia. Companheira numa aventura épica. Lídia, agora aceitam-se apostas: "à terceira é vez" e temos bom tempo ou "não há duas sem três" e teremos mais do mesmo. Depois arranjo uma linha de valor acrescentado para registar as apostas. Uma boa maneira de ganhar algum dinheiro para pagar os "estragos" nas nossas bikes.

Nesta altura o pensamento era unânime. A partir dali não haveria mais lama. Estávamos redondamente enganados. Foi lama até ao fim.

Mais para o final, já me custavam a fazer as subidas e desmontava quase sempre para seguir a pé. Já estava farto daquilo tudo. Mas nunca me passou pela cabeça desistir. Desistir como? Voltar para trás?!! Nãããããããoooooooooooooo... Tirem-me deste filme! Ainda dei uns murros na cara para verificar se não era um sonho (pesadelo). Não era. Além de me ter doído apercebi-me que a minha cara tinha uma película de lama. Estava desesperado.

Penosamente, lá nos arrastámos até à meta. Uff já está. Vamos lá tomar um banho quente. O banho teria de esperar. Ainda tinha de ser feita mais uma "etapa de ligação" com dois quilómetros a subir. A organização disponibilizou um autocarro e um camião para levar as bikes. Mas as nossas bikes já tinham sofrido tanto que não achámos bem largá-las num camião. Fomos a pedalar.

Na escola C+S grande fila para lavar as bikes. Quase congelámos na espera. Depois de tirada a lama maior, fomos rapidamente tomar o merecido banho. A Tânia teve de tomar com água fria ou "temperada" como lhe chamaram. Ainda tinha sofrido pouco...

Mas ainda havia mais. Quando chegámos para almoçar tínhamos uma enorme fila à nossa frente. Esperámos 15 minutos e como aquilo não andava, decidimos fugir dali em direcção a casa.

À beira do IC2 encontrámos um simpático restaurante onde tomámos uma saborosa refeição quente: cabrito no forno com arroz, batatas e grelos. Divinal.

Depois seguimos para casa no conforto do nosso carrinho. O pior já tinha passado.

A nossa lista do NUNCA MAIS já foi aumentada.

Maratona do Mondego

sábado, 24 de janeiro de 2009

Montemor e Montachique

Hoje fomos com um grupo de Maníacos tentar fazer uma volta com algumas subidas e sem lama.

Saímos de casa a pedalar até ao ponto de encontro. Quando chegámos perguntaram-me: "Vieram por trilhos?" Não, fomos por estrada. Mas como fui na roda da Tânia fiquei todo cheio de lama. Eram só uns pinguitos...

Após o café estava toda a gente pronta para as subidas. Éramos 6. Saímos de Sacavém, depois Unhos, Frielas e por aí acima até Montemor. Pelo meio uma paragem num café. Mas não entrámos! Acho que não.



Em Montemor apanhámos uns trilhos a descer. Tinha alguma pedra solta e molhada o que tornava a coisa mais... engraçada?

Como ainda era cedo, voltámos a subir até Montachique.



Depois, na descida, havia algumas poças de água que era preciso contornar. Mas sempre a pedalar.

Já nas margens do Trancão em dois ou três metros ficámos com as rodas presas no quadro tal a quantidade de lama que por lá havia. Depois das limpezas fomos logo para casa porque as bikes precisavam de um banho.

E amanhã é que é o dia da lama!

Montemor e Montachique

domingo, 18 de janeiro de 2009

Sintra. Chuva e Nevoeiro.

Depois de uma semana a comer massas, eis que a meteorologia decidiu mudar à última da hora. Preparámos tudo no sábado. As bikes bem afinadas e lubrificadas, roupa pronta a vestir, sandes e outras coisas boas e energéticas. Até um patch de reparação de pneus coloquei no Camelbak. As pilhas do GPS e da máquina fotográfica devidamente recarregadas e pilhas de reserva também estavam na lista. O track também foi devidamente carregado e verificado para o GPS.

Hoje, assim que acordei fui consultar alguns "informadores" sobre as previsões da meteorologia. Davam chuva para todo o dia. Assim não dá para ir fazer uma volta com 85km e 1800m de acumulado... Fica para o ano.

E alternativas? Para compensar da frustração nada melhor do que os trilhos de Sintra. Fomos verificar o fórum do BTT Lisboa mas a volta estava esgotada! Mesmo assim avançámos, os dois, até à Lagoa Azul.

E foi debaixo de uma chuva miudinha que pedalámos em direcção a Sta Eufémia. Mas antes de lá chegar virámos para o Castelo dos Mouros porque a calçada estava muito escorregadia. Por vezes pedalávamos mas a bike andava para trás!

Aqui já tinhamos transposto as muralhas:



A seguir ao Castelo, a bela descida rápida e um pouco de alcatrão até entrar nos Trilhos Maravilha. Aqui encontrámos o grupo do Balsinha do BTT Lisboa. Mesmo a calhar. Seguimos com eles por uma sequência de trilhos maravilha. Muitos single-tracks super rápidos, cheios de água, lama e raízes. Ainda dançámos (sim, dançámos) um pouco em cima de uma raizes, mas correu bem... Para os dois!

A foto de grupo:



Depois da foto de grupo, o BTT Lisboa desceu pelos trilhos de freeride. Mas nós, em vez de seguir logo para a Lagoa Azul, fomos gastar as calorias ingeridas em excesso durante a semana. Subimos o Monge e a Peninha. E depois sim, estava na hora de ir para casa.



Na Peninha a Tânia ainda se assustou que eu fosse desaparecer tal D. Sebastião.



A nossa intenção era fazer pelos menos 4 dígitos de acumulado de subidas. Falhámos! Ficamos pelos 950. Cerca de metade do Arruda-Montejunto-Arruda!

Sintra. Chuva e Nevoeiro.


NOTA: algumas fotos foram copiadas do Fórum BTT Lisboa.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Casa Branca - Pinhal Novo (By ProjectoBTT)

Tivemos conhecimento deste passeio a meio da semana. Mas nada podíamos decidir. As bikes estavam na oficina por razões "conjugais". A nova corrente não casava com o velhinho prato de 22 dentes. O prato só queria chupões. Tivemos de trocar o prato. Só ficaram prontas na sexta-feira à tarde. Como tinha havido umas desistências (talvez devido ao frio e ameaças de neve) ainda havia lugar para nós.

A partida era às 7:05 do Pinhal Novo, de comboio, em direcção a Casa Branca. Não a White House dos EUA. Esta é uma pacata aldeia em pleno Alentejo. Começámos a fazer contas a que hora é preciso acordar. 4:30 é boa hora. Hmmm, vamos dormir mais 10 minutos. E por volta das 4:40 era só despertadores e telemóveis a fazer barulho lá em casa. Estava na hora de levantar e rumar para mais uma aventura. Às 5:40 já estávamos na estação de serviço da ponte Vasco da Gama para o necessário café. Tínhamos combinado lá com o Pacha para seguirmos juntos à descoberta da Tasca do Xico. Chegámos todos antes da hora...

Na Tasca do Xico já lá estava pessoal. Foi só aguardar um pouco até chegar a carrinha que iria transportar as nossas bikes até Casa Branca. Nós fomos de comboio.



Chegados a Casa Branca tivemos de esperar pela carrinha das bikes. Aproveitámos para começar a combinar uma próxima hiper-mega aventura. Bem, se calhar é só mega.

Assim que chegou a carrinha, cada um agarrou na sua bike, colocou o dorsal (sim, havia dorsal) e fizemos-nos aos trilhos para aquecer o corpo. Estavam praí uns 0ºC. Mas a prometida neve, nem vê-la. Foi pena. Acho que toda a gente estava a fazer uma forcinha para que nevasse.



O percurso foi muito rolante mas extenso. Cerca de 100 quilómetros com quase 600 metros de acumulado de subidas.



No Camelbak levávamos uns sacos de plástico para colocar nos pés ao atravessar as ribeiras. Mas não foram precisos. Como não choveu nos últimos dias, o caudal diminuiu e dava para passar. Quando passava uma ribeira pensava: "Boa, menos uma ribeira pela frente".



O almoço estava combinado em Vendas Novas. Bifanas. Chegámos lá e encontrámos um local como uma decoração em tons de verde. Acho que tem a ver com futebol! Do outro levesinho que resolve! Irra, até os azulejos da casa de banho eram iguais aos do estádio...

Quanto ao almoço, fomos presenteados com uma saborosa e quentinha sopa de peixe. Que bem que soube. Para mim nem era preciso as bifanas. Mas houve também entradas, fruta e café. Tudo por 5 euros! Ah, e bolo de aniversário do Projectista Ginginha.





Ainda em Vendas Novas tirámos a foto de grupo. Éramos praí uns 40!



O almoço deu forças ao pessoal porque começou toda a gente a dar uso à talega. Também aderimos e assim fomos saltando ou deixando ir alguns grupos que se foram formando. Quase a chegar ao Pinhal Novo fomos alcançados com um grupo (não vou dizer nomes LOL) que se tinha perdido e andou a saltar vedações.

E assim foi uma volta "à maneira" magnificamente organizada pelo pessoal do ProjectoBTT.

FOTO-RESCALDO no ProjectoBTT

domingo, 4 de janeiro de 2009

Monsanto e jamor

Hoje tínhamos menos 300g na bike mas assim que chegámos a Monsanto a bike foi ficando progressivamente mais pesada... de lama.

Como a nova corrente não "casava" com a "avozinha" não dava para a usar. Conclusão: ficámos a saber que ainda não podemos remover esse prato da pedaleira como fazem os "prós". Fez-nos muita falta. Era verem-nos a acelerar nas subidas. Não podendo usar a "avozinha" tem de se andar mais depressa para aproveitar a energia cinética.

A volta foi uma Maníacada à antiga, com 17 Maníacos.



Saímos de casa a pedalar até ao ponto de encontro Maníaco, sem tomar café porque o estabelecimento comercial estava fechado. Atravessámos Lisboa pelos Olivais, Rotunda do Relógio, Avenida Brasil, Cidade Universitária e Sete Rios até Monsanto.

Começámos com um single-track, a subir, todo lamacento. Como os trilhos não estavam a colaborar teve de se arranjar alternativas. Ou seja, trilhos mais cicláveis. Isto não quer dizer trilhos sem pedras e raízes. Escorregadias que elas estavam! Já disse que gosto do Nobby Nic?

Ainda fomos até ao Jamor, por Linda-a-Velha, percorrendo a volta da polícia ao contrário. Aí houve mais lama para quem gosta. Ou melhor, para todos. Não havia alternativa.

E "bora lá" para casa que já havia pessoas com o almoço à espera ou à espera de ser confeccionado!

Monsanto e Jamor


Ainda hoje é dia 4 e já fizemos mais de 100km este ano. Vamos lá a acalmar!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Sintra - Em busca dos óculos encantados

Nada melhor para começar um novo ano do que pedalar no dia 1 de Janeiro. Mas melhor ainda é descansar no primeiro dia do ano e ir pedalar para Sintra no dia 2. E foi isso que fizemos.

Juntámos-mos aos Maníacos, ainda em Lisboa, e rumámos todos juntos até à Lagoa Azul. Apesar do nevoeiro intenso, o tempo até estava bom. Não chovia e a temperatura estava amena.

Começámos com uns trilhos rolantes para aquecer as pernas antes de iniciarmos a subida para o Castelo. Mas a chuva decidiu aparecer no passeio. Malandra! Chegou atrasada e não nos largou nem um bocadinho. Para a próxima combina-se a volta por SMS para ela não saber! Voltámos a vestir os impermeáveis e seguimos viagem. A ziguezaguear pelo Castelo dos Mouros.

Para descansar um pouco, a seguir uma boa descida. Foi pena estar um pouco molhada tornando-a perigosa. As pedras e os paus estavam atentos para nos tramar. Mas a única coisa que conseguiram foi "roubar" os óculos da Tânia.

Apanhámos um pouco de estrada até voltarmos a entrar nos trilhos. Aí a chuva decidiu aumentar de intensidade. Até os madeireiros pararam de trabalhar. Estavam dentro dos carros a ver-nos passar...

A Tânia deu por falta dos óculos e lembrava-se onde tinham caído. Decidimos dar mais uma voltinha e repetir o trilho ao contrário.

O pior veio quando saímos dos trilhos e regressámos ao alcatrão. Em 5 minutos ficámos todos molhados.

Os óculos lá estavam, intactos, no final da subida. Mesmo junto ao Castelo.

Descemos pela escorregadia Calçada Portuguesa e depois em direcção à Lagoa Azul. Curiosamente, deixou de chover.

Pacha, desculpa o plágio pelo título mas achei piada.

Sintra - Em busca dos óculos encantados